terça-feira, 15 de setembro de 2009

Erik Satie

Combina com neve e manhã.
Mas aqui não tem neve.
Combina com uma vista imperiosa da Cidade-Luz sob a chuva.
Mas aqui não é lá.
Combina com uma praça antiga, daquelas com estátuas antiqüíssimas e chafarizes centrais.
Mas aqui não tem praças antigas. Nem chafarizes.
O Sol nem sempre consegue disfarçar. O piano de Satie também nos visita.
Aqui.
Logo abaixo da Linha do Equador.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"Corona", de Paul Celan.

Da mão o outono me come sua folha:
somos amigos.
Descascamos o tempo das nozes e o ensinamos a andar:
o tempo retorna à casca.

No espelho é domingo,
no sonho se dorme,
a boca não mente.

Meu olho desce ao sexo da amada:
olhamo-nos,
dizemo-nos o obscuro,
amamo-nos como ópio e memória,
dormimos como vinho nas conchas,
como o mar no raio sangrento da lua.

Entrelaçados à janela, olham-nos da rua: já é tempo de saber!
Tempo da pedra dispor-se a florescer,
de um coração palpitar pelo inquieto,
É tempo do tempo ser..
É tempo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Visão

Na polpa da tarde,
havia ipês cacheados de branco circundando o anfiteatro...

Lâmpadas da tarde.