"A solidão só vale a pena se tiver espectadores para a admirarem", frase que pincei de um livro do escritor português Miguel Sousa Tavares.
Penso que até a solidão tem seu conteúdo narcísico, que ela só é suportável e atraente se pode ser compartilhada, se possui um interlocutor. Todo escritor diz que escreve como companhia à solidão. Mas escreve também para ser lido, para que alguém usufrua de sua solidão. Escreve para ter uma solidão acompanhada, ainda que também para acompanhar-se ("Acompanha-se!" Antonio Porchia).
A solidão dos monastérios, dos presídios, dos claustros, despida de qualquer verniz estético, de quaisquer espectadores, de qualquer comunicação com o outro...talvez essas sim sejam as mais solitárias das solidões.
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